O P A T I N H O F E I O.
(Depoimento de um ex-independente químico, – (en)rolou química!) “Olá, meu nome não é pelo que vocês chamarão quando ouvi-lo. E minha imagem aparecerá em mosaicos nos canais de interferência (ou) com ausência de sinal. Ao prazo de domingo, essa cadeira estará à disposição da desintoxicação de um cú químico, se até lá suas cápsulas de Cocaína não estourarem antes de completar nove meses. Não, não! Sentem-se até que eu termine! Ou recusará o pedido de ninguém, quem? (RISOS.) Minha clientela está desperdiçando meu salário em prol de encurtar o avanço da AIDS, e meu último grafite foi apanhado pelo também preliminar freguês camuflado, de farda camuflada. Eu aplaudi cada resquício de porra que vocês engoliram para parir suas drogas, e a acusação vã da culpa ser delas. Mas deixe-me explicá-los de que ‘drogas’, meus irmãos, é apenas um apelido irônico para que a Vida não apreenda a nossa, cuja vocês aprenderam em palestra de como encurtar com fita métrica, embora saibam hoje menos a diferença entre intestino e ventre. Ora, não é portanto pedir mais do que já estão domesticados a exercer despidos que sejam, então, o testamento de discurso pelo banheiro público, sem gorgolejar a descarga por cada intervalo de abstinência pulmonar que venha eu; a ter. É que estou doente. Muito, muito doente. Eu estou com medo de por um dia ser sortudo quando a sorte por si só seria azar. Eu estou com medo da dose pouca, da hemorragia estancada, do sobrado de grana, da aprovação desaprovada. Eu estou com medo de errar no erro decisivo, do ‘bom dia’ correspondido, das sirenes fracassarem. Eu estou com medo da bondade pecar ao me salvar. Eu estou com medo é de Deus me perdoar. De segunda tornar o respirar de alívio, suspiros. Eu sinto ódio do oxigênio por propor ‘se’ e ‘tal’ para o acidente ser proposital. E eu doei por mais da conta sangue, no banco preventivo do impulso pela intervenção do seu pulso: e posso garantir que ele está congestionado tanto quanto minhas veias e septo. (RISOS.) Que dê ‘tudo bem’, meus irmãos filhos da puta, tal qual ‘iniciante’ virgindade ter. Mas, enquanto tivermos a Heroína heroína para enfim, as ruínas arruinar, drogas em ‘droga’ jamais dará. (RISOS & APLAUSOS.)”